quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Chapada do Norte participa do III Fórum Quilombola


Com o tema “Culturas Tradicionais de Matrizes Africanas”, ocorre nos dias 11 e 12 de novembro a terceira edição do Fórum Quilombola, promovido anualmentepela PUC Minas de Contagem.
Será o terceiro ano consecutivo de participação do município de Chapada do Norte no evento. O município, localizado no Alto Jequitinhonha, tem em suas origens a ocupação pela resistência negra através da formação de quilombos, resultando nos dias atuais de uma expressiva e rica herança cultural afro-descendente, tanto em sua sede, quanto nas suas diversas comunidades rurais.
Assim, o evento contará com a participação de representantes de várias comunidades quilombolas de Chapada do Norte, como Misericórdia, Poções Alves e o próprio distrito sede. Entre as atividades do evento, Dona Eva, líder comunitária da localidade de Misericórdia, irá aplicar a oficina “Confecção de Bonecas Negras de Pano”. Dona Eva, que é Rainha do Congado da comunidade, também receberá na ocasião uma homenagem da coordenação do Fórum.
O III Fórum Quilombola será realizado na PUC-Minas de Contagem. Maiores informações pelo telefone do Departamento de Extensão da PUC-Contagem: (31) 3399.5881.

Jornada Mineira do Patrimônio Cultural gera boa repercussão nos municípios


A Jornada Mineira do Patrimônio Cultural – criada e incentivada pelo governo estadual através do IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – tem gerado boa repercussão para a preservação do patrimônio cultural dos municípios mineiros. A adesão desses municípios foi grande. Com a Jornada, além de trabalharem com ações de preservação efetiva de seu acervo patrimonial, estes municípios ainda garantem uma pontuação a mais no ICMS Patrimônio Cultural.
Cada município trabalhou com o programa conforme suas especificidades, criando suas ações próprias. Em Coronel Fabriciano, entre as várias ações previstas no programa da Jornada para o mês de setembro, ocorreu o “Patrimônio de Portas abertas”, com a visita programada de alunos da rede pública de educação a construções tombadas de propriedade particular.
Já em São José do Goiabal a Secretaria de Cultura promoveu a I Semana Municipal do Patrimônio Cultural, com o tema “Conhecendo Nosso Patrimônio”. Entre as atividades do evento foi realizado o seminário Encontro com a história, com a palestra “Limites e possibilidades em uma política de preservação do patrimônio cultural”, proferida por Jezulino Lúcio Mendes Braga, professor de história da Unileste-MG. Para Amélio Pascoal, secretário de cultura do município e responsável pelo evento “todos somos responsáveis pelo patrimônio cultural de nossa cidade e devemos cuidar para que ele represente o passado vivo em nosso presente. Não se trata apenas de reverenciar o passado, mas de sua redescoberta na perspectiva da sociedade hoje, que aposta na sustentabilidade”.
Em Nova Era, ocorreu, entre outras atividades, o 1º. Seminário de Cultura Afro-Brasileira“. Nele foi discutido o tema: “Preservação da Cultura Afro-Brasileira: Irmandade Nossa Senhora do Rosário”. Entre as palestras dos professores Deolinda Alice Santos e Tarcísio Galdino, especialistas na área, ocorreu a apresentação das manifestações típicas das Guardas de Congo do município e do grupo feminino de Batuque Adaiê, também de Nova Era.
Foto: O Professor Tarcísio Galdino convida as crianças do Grupo Maculelê para interação durante sua palestra.

Conferências Municipais de cultura promovem debates


Com o objetivo de programar e aprimorar as políticas públicas locais de cultura, vários municípios promoveram durante o mês de outubro atividades de discussão e propostas durante suas Conferências Municipais de Cultura.
Dessa forma os municípios também visam à efetivação no Sistema Nacional de Cultura, com a participação da sociedade civil, de modo a estabelecer e efetivar o Plano Nacional de Cultura.
Em Timóteo, a Conferência Municipal de Cultura ocorreu no dia 27 do mês de outubro, trazendo a discussão do tema através da palestra “Integrando-se ao Sistema Nacional de Cultura”.
Em Coronel Fabriciano, o debate ocorreu nos dias 23 e 24 de outubro. Entre as propostas discutidas e elaboradas, foram eleitas cinco prioridades em nível municipal. Entre elas, a criação do Conselho Municipal de Cultura, juntamente com o Fundo Municipal de Cultura, foi quase unanimidade. Além desta, outras prioridades entraram em pauta. São elas: o aprimoramento da Política Cultural Local, a profissionalização e capacitação dos agentes culturais locais, a implementação do Museu Municipal, a realização de mais eventos culturais valorizando os artistas locais e a criação do Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural, vinculado ao ICMS Cultural.
Foto: Abertura da Conferência Municipal de Cultura em Coronel Fabriciano, ocorrida no antigo cinema do bairro Melo Viana. (Autor: Ailton Avelino)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL NO VALE DO RIO DOCE


A região do Vale do Rio Doce, por fatores econômicos e de localização, teve uma ocupação relativamente recente. A maioria de seus municípios é bem jovem, tendo sido emancipada em meados do século XX.
Apesar de novos, podemos observar que os núcleos urbanos desses municípios já passaram por grande renovação urbana e construtiva, com modificação significativa da paisagem. Em um curto espaço de tempo os municípios da região assistiram a uma rápida transformação de seus territórios.
Simultaneamente a essa rápida transformação da feição das cidades, fatores como o êxodo devido à falta de oportunidades para a geração de renda no campo, esvaziam cada vez mais a área rural. Assim, as expressões culturais próprias do lugar, intimamente relacionadas ao modo de vida no campo, vão se perdendo. Aliada à massificação da cultura, vem ocorrendo uma perda gradual e cada vez mais acelerada do patrimônio imaterial próprio dessas comunidades.
Estes fatores vêm trazendo à tona a discussão sobre a necessidade da preservação da memória e do patrimônio cultural local. Associações comunitárias e organizações não governamentais ligadas à área sócio-cultural e ambiental chegam à conclusão de que o resgate da memória e a revalorização das tradições locais são imprescindíveis para o fortalecimento da identidade das comunidades.
Nesta busca pela preservação, uma interessante alternativa para os municípios tem sido a participação no ICMS critério Patrimônio Cultural. Através da Lei Hobin Hood, uma parcela do ICMS arrecadado pelo Estado e repassado aos municípios mineiros é destinada exclusivamente à preservação do patrimônio cultural. Com isso, os municípios participantes têm a possibilidade de arrecadar recursos para aplicar em ações de resgate e valorização da cultura local.
Uma das ações de preservação utilizadas pelos municípios que participam do ICMS Cultural é a educação patrimonial. Apesar de ser uma abordagem relativamente nova não só na região como em todo país, a educação patrimonial é uma das práticas que mais tem mostrado resultados eficazes, inclusive possuindo efeito multiplicador. As práticas podem ser desenvolvidas com pessoas de todas as faixas etárias da comunidade, mas o foco tem sido geralmente os alunos da rede pública. Quando bem direcionado e tendo caráter interativo, o interesse pelo aprendizado e os resultados obtidos com a aplicação da educação patrimonial nas escolas são grandes.
Nesta rica e envolvente forma de aprendizagem é comum acontecer o repasse desse novo tema dos alunos para seus familiares. Ocorre assim, uma boa repercussão em torno da questão da preservação do patrimônio cultural local. A educação patrimonial acaba por levar a discussão para toda a comunidade, num exercício de consciência crítica e de cidadania.
É certo que a preservação do patrimônio cultural de um lugar só é efetiva e verdadeira se o processo for conduzido por sua própria comunidade. Rodrigo Melo Franco de Andrade, ilustre defensor do patrimônio cultural brasileiro e fundador do antigo SPHAN – Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional dizia que a comunidade é a verdadeira guardiã de seu patrimônio.
Logo, se implantada de forma contextualizada envolvendo a comunidade, a educação patrimonial é uma solução real e acessível aos municípios da região, que, embora relativamente novos, necessitam de alternativas eficazes para o resgate e a valorização de suas referências culturais.

Isabela Grossi Gomes
arquiteta urbanista, especialista em Gestão e Prática de Obras de Conservação e Restauro do Patrimônio Cultural, diretora da OCA – arquitetura e patrimônio cultural e consultora técnica do Instituto Interagir.

Foto: encontro do Rio Doce com o Rio Piracicaba, em Ipatinga. A relação cultural das comunidades com o rio está cada vez mais distante.

Educação patrimonial trabalha valorização da cultura em Nova Era


O município de Nova Era vem se destacando nos projetos de Educação Patrimonial. Elaborados pela equipe do setor de cultura da prefeitura, os projetos tem trazido bons resultados, com o efetivo resgate e a valorização da cultura local, além da recuperação da auto-estima dos envolvidos no processo, ou seja, as pessoas da própria comunidade.
A Educação Patrimonial é aplicada no município desde o ano de 2004, quando foi introduzido o projeto “Educar para preservar”, dirigido aos educadores e à comunidade no geral. Nele foi lançado o conceito de educação patrimonial e discutidas as questões relativas à conservação e à responsabilidade quanto à preservação dos bens culturais locais.
Já nos anos de 2005 e 2006 foi implantado o projeto “A Comunidade é a maior Guardiã de seu Patrimônio”. Nele, o objetivo maior foi “proporcionar situações de aprendizado sobre o processo cultural e seus produtos e manifestações, despertando nos alunos o interesse em resolver questões significativas para a vida coletiva e pessoal”.
Em 2007 o projeto “Educação e Música: Referências de um povo”, abordou a importância de dois bens culturais importantes para o município: a Escola Municipal Desembargador Drumond, a mais antiga da cidade, e a “Corporação Musical Euterpe Lagoana”, tradicional banda de música local.
Neste ano o projeto (lançado em 2008) denomina-se “Preservação da Cultura Afro-brasileira: Irmandade Nossa Senhora do Rosário”. O tema vem sendo desenvolvido nas escolas, nas guardas de congo e na comunidade em geral. Conforme Consuelo Bueno, pedagoga e uma das responsáveis pelo projeto, o objetivo é “promover e divulgar o resgate da história da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Nova Era através de coleta de dados, pesquisas, oficinas, seminários e eventos diversos, a fim de proporcionar a melhoria da auto-estima dos alunos e congadeiros, valorizando o passado da comunidade e suas manifestações culturais”.

Na foto: o congado, uma importante manifestação nova-erense que vem sendo valorizada através da Educação Patrimonial (foto do acervo da Prefeitura Municipal de Nova Era).

SEMINÁRIO DISCUTE A CULTURA AFRO-BRASILEIRA
No dia 29 de setembro o município de Nova Era sediará o Seminário “Preservação da Cultura Afro-brasileira: Irmandade de Nossa Senhora do Rosário”. O evento ocorrerá das 13:00 às 18:00 horas no Automóvel Clube, Rua Governador Valadares, Centro. Para maiores informações: (31) 3861.4228 (Prefeitura Municipal de Nova Era).

Restaurada a Igreja Matriz de Chapada do Norte


Iniciados em 2008, foram concluídos em julho último os trabalhos de restauração do piso e do telhado da Igreja Matriz de Santa Cruz, no município de Chapada do Norte. A Matriz de Santa Cruz foi tombada em 1980, pelo IEPHA/MG.
Fundado em 1728, o arraial de Santa Cruz da Chapada (Atual Chapada do Norte), deve ter possuído em seus primórdios, a exemplo de outros núcleos de mineração, uma capelinha provisória, onde os habitantes pioneiros realizavam seus ofícios religiosos.
Com o crescimento do povoado e o maior fluxo de gente, seria natural que se procurasse construir uma igreja mais ampla e definitiva, capaz inclusive de atender à função de matriz, tão logo as condições locais favorecessem ali a criação de uma freguesia. Embora não se tenha encontrado a respeito qualquer referência na documentação pesquisada, tudo faz crer que o atual edifício da Matriz de Santa Cruz remonte ao século XVIII, com eventuais acréscimos ou modificações posteriores.
A talha de seus retábulos, em linhas características da primeira e segunda fases do Barroco, serve para confirmar essa suposição, podendo os mesmos serem datados talvez do período 1730/1760. Além disso a existência de Santa Cruz da Chapada como uma das freguesias da região de Minas Novas, então subordinadas ao arcebispado de Salvador, era já referida, em meados do século XVIII, pelo historiador baiano José Antônio Caldas, no livro "Notícia Geral de toda essa Capitania da Bahia desde o seu descobrimento até o presente ano de 1759".
A qualidade de sede de uma freguesia, ou seja, de matriz, exigia que a igreja correspondesse a determinados requisitos, dentre eles a compatível condição do prédio. A matriz de Santa Cruz é mencionada, em inícios do século XIX, por Diogo Pereira de Vasconcellos, nas "Memórias sobre a Capitania de Minas Gerais" (1806), e Pizarro e Araújo, em suas "Memórias históricas do Rio de janeiro", datadas de 1820, bem como por Auguste de Saint-Hilaire. Na sua visita ao arraial, em 1817, anotou o sempre atento viajante francês: “No meio do grupo de casas que forma o centro da povoação está uma praça aproximadamente triangular. Alí que se vê a igreja paroquial; está isolada, como todas as das vilas e povoações; não ocupa, porém o centro da praça”.
O monumento é tombado pelo IEPHA/MG, conforme o Decreto Estadual número 20.689, de 23de julho de 1980.

Fonte textual: IEPHA-MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais). Foto: Acervo da Prefeitura Municipal de Chapada do Norte.

Simpósio discute questão ambiental no Vale do Aço


O Instituto Interagir de Projetos e Pesquisas promoveu nos dias 28 e 29 do mês de agosto o Primeiro Simpósio Sócio-ambiental da Região Metropolitana do Vale do Aço. Em parceira com a Universidade Unileste-MG, o Instituto lançou a discussão “Conjuntura atual, novas perspectivas”, buscando tratar o assunto através de suas especificidades regionais.
A palestra de abertura foi proferida pelo promotor de Meio Ambiente de Ipatinga, Dr. Walter de Freitas Júnior e trouxe à tona a discussão acerca da atual legislação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Dr. Walter também levou ao público a questão sobre poluentes do ar no Vale do Aço, região que concentra grandes indústrias siderúrgicas.
O encerramento se deu no sábado à tarde, com duas proveitosas palestras e que ocorreram simultaneamente: em um auditório Gustavo Vitorino, assessor de urbanismo da Usiminas relatou a experiência da empresa na reabilitação das matas ciliares dos Rios Piracicaba e Doce.
Em outro auditório, o historiador e mestre em História Social professor Lúcio Braga discorreu sobre a ocupação dos Sertões Proibidos da região do Rio Doce, relacionando a história regional à questão ambiental. Após sua palestra, a mesa redonda que se abriu discutiu, entre outras questões, a necessidade de mais pesquisas voltadas para a história da região, pois ainda são poucas as contribuições de estudos nesse sentido.
Conforme o geógrafo Alessandro de Sá, presidente do Instituto Interagir, o I Simpósio Sócio-ambiental gerou ótima repercussão entre o meio acadêmico e estudiosos do assunto, com grande presença de alunos de várias áreas, principalmente das ciências biológicas e sociais, profissionais e empresas que atuam na região e gestores municipais do Vale do Rio Doce. Espera-se que, dessa forma, a região receba mais pesquisas e, por conseqüência, bons resultados com práticas no âmbito sócio-ambiental.
A empresa OCA – Arquitetura e Patrimônio Cultural – em parceria com o Instituto Interagir, também participou deste importante evento com o artigo “A necessidade de preservação do patrimônio cultural do Vale do Rio Doce”, editado na Revista do Simpósio (confira o texto neste blog).
Foto: Abertura do evento no auditório da Unileste-MG, com grande comparecimento dos alunos de cursos variados da universidade, profissionais da área sócio-ambiental e cultural e gestores municipais da região (foto: Isabela Grossi).

Ipatinga - Grupo cultural é contemplado com Ponto de Leitura

O Grupo Cultural Roda Viva, com sede no município de Ipatinga teve projeto contemplado pelo programa “Ponto de Leitura”. Em sua primeira edição, o programa, com recursos provenientes do Ministério da Cultura, priorizou as iniciativas culturais que visam “fortalecer, estimular e fomentar a leitura”.
Este é o caso da biblioteca do Grupo Roda Viva. Porém, conforme Klinger Marcelo de Jesus, um dos membros do grupo, ao ser aberto o edital para o programa , a instituição se inscreveu sem maiores pretensões. E, ao ser publicado o resultado, tiveram uma grata surpresa, tendo a biblioteca contemplada com mais de 600 publicações em livros, três pufes, um computador completo com impressora, mesa e cadeira, duas estantes, além de enciclopédias e filmes educacionais em meio digital (DVD’s).
A biblioteca do Grupo Cultural Roda Viva existe há mais de nove anos e, conforme Klinger, se constitui na única biblioteca comunitária do Bom Jardim (um dos bairros mais populosos de Ipatinga). A formação deste importante espaço de leitura e pesquisa foi gradativa. Tudo começou com a doação de livros por moradores do bairro à instituição.
No ano de 2008 o grupo foi contemplado com um projeto de incentivo à leitura, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. E, posteriormente, a biblioteca foi selecionada pelo projeto “Biblioteca Sempre Um Papo”, que contou com renovação e ampliação de seu acervo, além da capacitação de seus voluntários para a promoção do incentivo ao hábito da leitura.
A biblioteca funciona na sede do Grupo Cultural Roda Viva, no bairro Bom Jardim, de segunda à sexta-feira, das 08:00 às 16:00 horas. Maiores informações pelo telefone da sede do grupo: (31) 3821.9128 ou pelo blog: http://festivalrodaviva.musicblog.com.br


FESTIVAL RODA VIVA ACONTECE EM SETEMBRO

O já tradicional Festival Cultural Roda Viva acontece nos dias 11, 12 e 13 do mês de setembro, com o título "Cultura & Valorização da Vida". Mais informações pelo blog do Roda Viva ou pelo telefone (31) 3821.9128.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Já está circulando o "OCA Notícias"


Julho de 2009 dá início à circulação do "OCA Notícias" - informativo editado mensalmente pela OCA - Arquitetura e Patrimônio Cultural.
O noticiário pretende priorizar informações relativas aos municípios e regiões onde a empresa atua. Porém não deixarão de ser enfocadas notícias relativas a novidades na legislação, projetos e prazos, entre outras de relevância para a área do patrimônio cultural nos municípios mineiros.
As matérias, publicadas no Informativo de forma mais resumida, serão veiculadas neste blog com maior aprofundamento. Este é mais um serviço da OCA a seus clientes, parceiros e demais interessados na preservação do patrimônio cultural mineiro.

Açucena sedia capacitação do FEC

O município de Açucena sediou no dia 09 de junho um treinamento para capacitação de agentes culturais interessados no envio de projetos ao FEC – Fundo Estadual de Cultura. A maioria dos participantes era constituída de agentes dos setores de cultura das prefeituras da região do Rio Doce. Compareceram representantes de Açucena, Braúnas, Dores de Guanhães, Marliéria, Belo Oriente, Divinolândia de Minas, Periquito, Sardoá, Gonzaga e Ubaporanga.
Edilson Bento, diretor do departamento de cultura da prefeitura de Açucena, destacou a importância desta capacitação no município: “O FEC tem como objetivo descentralizar os recursos financeiros, dando oportunidade aos municípios de fomentar suas ações culturais. Para os municípios da região é de suma importância a participação nesse treinamento como forma de facilitar a captação de recursos para si. Conhecendo melhor o Edital e as formas de pleiteá-lo, facilita o acesso a esse Fundo. Açucena tem se destacado no cenário estadual e federal pelo incentivo dado às ações voltadas à geração de renda através do artesanato e do resgate da cultura local. Sediando este treinamento, reforça e divulga ainda mais a vontade do município de se tornar um pólo cultural regional”.
Os projetos dividem-se entre duas modalidades: recursos não reembolsáveis, com prazo para inscrição até dia 17 de julho, e recursos reembosáveis. Para projetos a serem beneficiados nesta última modalidade, o Edital ficará aberto entre os dias 1º e 10 de cada mês, até a publicação do próximo Edital, em 2010.
Entre as novidades desta edição está a priorização dos projetos de criação de infra-estrutura para arquivos públicos. Projetos que incentivam tal ação receberão bônus de 5 pontos em relação aos demais. Maiores informações sobre o Fundo e o edital podem ser acessados no sítio da secretaria de cultura do estado pelo endereço: http://www.cultura.mg.gov.br/

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nova Era restaura a Fazenda da Vargem


A Fazenda da Vargem, localizada na zona rural de Nova Era, está em processo de restauração. A prefeitura, através de recursos próprios e de recursos oriundos do FEC – Fundo Estadual de Cultura – já iniciou a recuperação do bem, tombado em nível municipal. Desde seus primórdios a fazenda teve papel de destaque na história do município, se mostrando até os dias atuais como uma referência não apenas sócio-econômica, mas também como importante referência simbólico-afetiva e cultural para os nova-erenses. Durante as décadas de 80 e 90 a área abrigou a FEANE – Feira da Amizade de Nova Era. Em edições anuais a feira ocorria sempre no mês de julho e atraía um grande público da região, sempre trazendo atrações musicais de renome nacional, como Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Jorge Ben Jor e Skank.
Conforme fontes historiográficas a sua sede foi erguida na primeira metade do século XIX, através do desmembramento da Fazenda Figueiras, que por sua vez se originou da Fazenda do Rio do Prata - uma das primeiras da região, oriunda dos primeiros anos do século XVIII. A fazenda permaneceu durante um longo tempo sustentando as atividades agropecuárias, se destacando na produção de insumos e na introdução de novas culturas, como a do cacau. Também manteve uma considerável produção de açúcar, que era beneficiado em um engenho movido à água que ali existia.
A Fazenda da Vargem acabou por servir de importante entreposto comercial, dada a sua diversificada produção e ao caráter empreendedor de seus proprietários. A alguns metros da sede, integrada aos seus domínios, havia uma antiga estrada de terra que fazia a ligação entre caminhos de tropas, que por ali passavam trazendo e levando mercadorias diversas para as regiões vizinhas. Muitas vezes os cargueiros se encontravam naquele trecho, servindo a sede de ponto de referência aos tropeiros. Possivelmente parte de seu pavimento térreo, além de abrigar outras funções, também funcionava como pouso para estes trabalhadores.
Em razão da sua grande expressão na economia da região, a sede da fazenda se tornaria centro de confluência da política. Várias decisões acerca da vida político-administrativa do antigo arraial de São José da Lagoa (hoje município de Nova Era) eram ali discutidas e acertadas.
Em junho de 1977 o imóvel foi desapropriado pela gestão municipal, juntamente com a área circundante de 30.000 metros quadrados, que se tornava de utilidade pública, destinando-se “à preservação do patrimônio artístico cultural paisagístico do Município”. E em março de 2005 foi tombada pelo município.
(Foto: Isabela Grossi)

Coronel Fabriciano: 60 anos do Colégio Angélica (1)


O Colégio Angélica situa-se no município de Coronel Fabriciano e em 2010 irá comemorar 60 anos de fundação. A construção recebeu no primeiro semestre deste ano recuperação de toda sua fachada. Tombada em nível municipal desde 1998, suas fachadas passaram por limpeza, recuperação do reboco e dos elementos decorativos, além de nova pintura, que seguiu as cores originais da construção. O resultado deu novos ares ao colégio e acentuou sua rica ornamentação, que têm influência no estilo néo-colonial.
O Colégio Angélica foi fundado pelo Arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, em 1950. Sua responsabilidade pastoral na época se estendia até o território da atual região do Vale do Aço. A criação da instituição coincidiu com a fundação da Acesita – Aços Especiais Itabira e justificou-se pelo avanço técnico trazido por essa siderúrgica.
Paralelo ao progresso material da região, Dom Helvécio preocupou-se com os valores éticos e morais. Por isso entregou a escola à administração das Irmãs Carmelitas da Divina Providência, congregação religiosa feminina com larga experiência na área de educação no Brasil.
Em 1947, as irmãs chegaram a Coronel Fabriciano. Instalaram-se inicialmente na Casa de Campo da Cia. Siderúrgica Belgo Mineira e prestaram serviços no Hospital Siderúrgica, enquanto tratavam dos negócios referentes à implementação e construção da escola. Somente em 05 de setembro de 1950, foram concluídas as obras da primeira etapa do colégio, o prédio onde hoje funciona a Escola Estadual Arcebispo Dom Helvécio, mas o funcionamento só aconteceria a partir de 1952.

Coronel Fabriciano: 60 anos do Colégio Angélica (2)

O nome do educandário é uma homenagem à mãe do Dr. Joaquim Gomes, que na época da doação do terreno pela Cia. Belgo Mineira era o superintendente da empresa, e foi graças ao seu esforço que o processo de fundação foi agilizado. Estava assim criado o Colégio Angélica, que a partir de 1952, dava início aos cursos de Educação Infantil e Primário. O ensino público de primeira à quarta série já existia de forma regular em Coronel Fabriciano desde 1928, com a Escola Rural Mista, cuja primeira professora foi Dona Mariana Roque Pires. Mais tarde investindo na educação do município, as irmãs iniciaram uma extensão de séries. Implantaram pioneiramente no Vale do Aço em 1955, o curso ginasial e avançaram no processo de oficialização do Curso Normal (nome usado para designar o atual curso de Magistério) e em 1962, começaram a ministrá-lo. As primeiras freiras da instituição a se instalar em Coronel Fabriciano foram: Irmã Nazareth, Irmã Beatriz, Irmã Izaura, a postulante Palmeira, além da diretora Madre Ester de Cristo Rei.
Visando sanar as dificuldades de oportunidades das moças das cidades vizinhas, interessadas em concluir o curso ginasial e de magistério, a escola manteve até 1968, o regime de internato, desativado a partir da entrada em funcionamento das escolas públicas no interior do estado.
Paralelo às atividades do colégio, as freiras estenderam a sua atuação em outros setores da sociedade, ministrando a catequese às crianças nas próprias dependências da escola em apoio à Paróquia de São Sebastião. Além disso, criaram as Obras Sociais Santa Terezinha, visando à assistência social aos moradores do bairro Nossa Senhora do Carmo e outras localidades, onde desenvolveram cursos de trabalhos manuais, culinária, corte e costura etc. Deram ainda, em épocas especiais, assistência às famílias carentes com cestas básicas, roupas e medicamentos. Entre os anos sessenta a oitenta, mantiveram funcionando também nas dependências da própria escola, um posto médico que assistia especialmente às gestantes e crianças.
A Escola Estadual Arcebispo Dom Helvécio, fundada pelas Irmãs Carmelitas e que até hoje funciona no pavilhão antigo, núcleo inicial do colégio, oportunizou a congregação a um trabalho de assistência às crianças carentes. Com o apoio do Lions, Rotary e outras entidades, os alunos desta unidade foram assistidos com consultas médicas, óculos, aparelhos para surdez, aparelhos ortopédicos, cirurgias etc. Enfim, todo o trabalho das Irmãs Carmelitas ao longo dos últimos cinqüenta anos em Coronel Fabriciano se constituiu num valoroso trabalho social e comunitário.

(Pesquisa: Amir José de Melo – historiador, chefe do Depto. de Cultura da Prefeitura Municipal de Coronel Fabriciano. Foto: Ailton Avelino)

Batuqueiros do Vale em estudo


Segundo Alessandro de Sá, geógrafo e pesquisador da região do Vale do Aço, os Batuqueiros são sobreviventes numa área que é altamente urbanizada e com pouca expressão de aptidões rurais. O Batuque é marcado por heranças e vestígios afro-brasileiros. Estudos recentes indicam ser remanescentes das comunidades dos Achados dos Pretos localizadas nos conjuntos de Serras dos Cocais estendo pelos municípios de Belo Oriente, Santana do Paraíso, Ipatinga, Coronel Fabriciano e Antônio Dias.
Os integrantes do grupo dançante compostos por senhores, senhoras e até mesmo crianças, ou seja, os batuqueiros como gostam de ser identificados, realizam apresentações em instituições públicas e privadas, festas familiares e religiosas e participam todos os anos da festa comunitária do padroeiro local das comunidades rurais.
O Grupo Batuqueiros possui um estilo único e envolvente com características muito diferentes dos demais grupos dançantes que conhecemos (ex: Congado e Catira). No estilo batuqueiro de dançar é utilizado três músicos com viola, uma caixa e uma pequena sanfona e também formado de quatro a oito dançarinos entre homens e mulheres. Eles dançam por cima de um tablado, pisoteando, rodando e cantando canções antigas do tempo de seus familiares escravos, geralmente são canções do tempo da escravidão que sofriam nas senzalas no período da escravidão.
(Texto e foto cedidos por Alessandro de Sá)

Ipatinga cria Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural do município

O município de Ipatinga ganhou um importante instrumento na busca pela preservação de seu patrimônio cultural - o Fumpac – Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural de Ipatinga. O fundo irá contemplar projetos e ações de promoção, preservação, manutenção e conservação do patrimônio cultural do município através do apoio financeiro. Criado pelo artigo 5º da Lei 2.482, o fundo tem como alternativas de captação de recursos dotações orçamentárias, doações, multas aplicadas a infrações contra o patrimônio, convênios e aplicações financeiras.
Inicialmente, o principal recurso para o Fundo será o ICMS Cultural - recurso repassado aos municípios mineiros que realizam trabalhos de preservação do patrimônio cultural local. A data para abertura do edital - para concorrer a recursos do fundo - ainda está sendo definida.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

OCA cria blog sobre patrimônio cultural

OCA - arquitetura e patrimônio cultural é uma empresa voltada para a consultoria em preservação do patrimônio cultural, além de elaborar projetos arquitetônicos e urbanísticos. A partir de agora teremos este blog como espaço aberto para comunicação entre os interessados nos assuntos relacionados à preservação do patrimônio cultural, sobretudo nos municípios mineiros. Dessa forma, esperamos que este espaço provoque a discussão, a troca de idéias e de informações entre os interessados. Deixe seu comentário, sua participação é muito importante para nós! Seja bem-vindo!