quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Restaurada a Igreja Matriz de Chapada do Norte


Iniciados em 2008, foram concluídos em julho último os trabalhos de restauração do piso e do telhado da Igreja Matriz de Santa Cruz, no município de Chapada do Norte. A Matriz de Santa Cruz foi tombada em 1980, pelo IEPHA/MG.
Fundado em 1728, o arraial de Santa Cruz da Chapada (Atual Chapada do Norte), deve ter possuído em seus primórdios, a exemplo de outros núcleos de mineração, uma capelinha provisória, onde os habitantes pioneiros realizavam seus ofícios religiosos.
Com o crescimento do povoado e o maior fluxo de gente, seria natural que se procurasse construir uma igreja mais ampla e definitiva, capaz inclusive de atender à função de matriz, tão logo as condições locais favorecessem ali a criação de uma freguesia. Embora não se tenha encontrado a respeito qualquer referência na documentação pesquisada, tudo faz crer que o atual edifício da Matriz de Santa Cruz remonte ao século XVIII, com eventuais acréscimos ou modificações posteriores.
A talha de seus retábulos, em linhas características da primeira e segunda fases do Barroco, serve para confirmar essa suposição, podendo os mesmos serem datados talvez do período 1730/1760. Além disso a existência de Santa Cruz da Chapada como uma das freguesias da região de Minas Novas, então subordinadas ao arcebispado de Salvador, era já referida, em meados do século XVIII, pelo historiador baiano José Antônio Caldas, no livro "Notícia Geral de toda essa Capitania da Bahia desde o seu descobrimento até o presente ano de 1759".
A qualidade de sede de uma freguesia, ou seja, de matriz, exigia que a igreja correspondesse a determinados requisitos, dentre eles a compatível condição do prédio. A matriz de Santa Cruz é mencionada, em inícios do século XIX, por Diogo Pereira de Vasconcellos, nas "Memórias sobre a Capitania de Minas Gerais" (1806), e Pizarro e Araújo, em suas "Memórias históricas do Rio de janeiro", datadas de 1820, bem como por Auguste de Saint-Hilaire. Na sua visita ao arraial, em 1817, anotou o sempre atento viajante francês: “No meio do grupo de casas que forma o centro da povoação está uma praça aproximadamente triangular. Alí que se vê a igreja paroquial; está isolada, como todas as das vilas e povoações; não ocupa, porém o centro da praça”.
O monumento é tombado pelo IEPHA/MG, conforme o Decreto Estadual número 20.689, de 23de julho de 1980.

Fonte textual: IEPHA-MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais). Foto: Acervo da Prefeitura Municipal de Chapada do Norte.

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