terça-feira, 7 de julho de 2009

Já está circulando o "OCA Notícias"


Julho de 2009 dá início à circulação do "OCA Notícias" - informativo editado mensalmente pela OCA - Arquitetura e Patrimônio Cultural.
O noticiário pretende priorizar informações relativas aos municípios e regiões onde a empresa atua. Porém não deixarão de ser enfocadas notícias relativas a novidades na legislação, projetos e prazos, entre outras de relevância para a área do patrimônio cultural nos municípios mineiros.
As matérias, publicadas no Informativo de forma mais resumida, serão veiculadas neste blog com maior aprofundamento. Este é mais um serviço da OCA a seus clientes, parceiros e demais interessados na preservação do patrimônio cultural mineiro.

Açucena sedia capacitação do FEC

O município de Açucena sediou no dia 09 de junho um treinamento para capacitação de agentes culturais interessados no envio de projetos ao FEC – Fundo Estadual de Cultura. A maioria dos participantes era constituída de agentes dos setores de cultura das prefeituras da região do Rio Doce. Compareceram representantes de Açucena, Braúnas, Dores de Guanhães, Marliéria, Belo Oriente, Divinolândia de Minas, Periquito, Sardoá, Gonzaga e Ubaporanga.
Edilson Bento, diretor do departamento de cultura da prefeitura de Açucena, destacou a importância desta capacitação no município: “O FEC tem como objetivo descentralizar os recursos financeiros, dando oportunidade aos municípios de fomentar suas ações culturais. Para os municípios da região é de suma importância a participação nesse treinamento como forma de facilitar a captação de recursos para si. Conhecendo melhor o Edital e as formas de pleiteá-lo, facilita o acesso a esse Fundo. Açucena tem se destacado no cenário estadual e federal pelo incentivo dado às ações voltadas à geração de renda através do artesanato e do resgate da cultura local. Sediando este treinamento, reforça e divulga ainda mais a vontade do município de se tornar um pólo cultural regional”.
Os projetos dividem-se entre duas modalidades: recursos não reembolsáveis, com prazo para inscrição até dia 17 de julho, e recursos reembosáveis. Para projetos a serem beneficiados nesta última modalidade, o Edital ficará aberto entre os dias 1º e 10 de cada mês, até a publicação do próximo Edital, em 2010.
Entre as novidades desta edição está a priorização dos projetos de criação de infra-estrutura para arquivos públicos. Projetos que incentivam tal ação receberão bônus de 5 pontos em relação aos demais. Maiores informações sobre o Fundo e o edital podem ser acessados no sítio da secretaria de cultura do estado pelo endereço: http://www.cultura.mg.gov.br/

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nova Era restaura a Fazenda da Vargem


A Fazenda da Vargem, localizada na zona rural de Nova Era, está em processo de restauração. A prefeitura, através de recursos próprios e de recursos oriundos do FEC – Fundo Estadual de Cultura – já iniciou a recuperação do bem, tombado em nível municipal. Desde seus primórdios a fazenda teve papel de destaque na história do município, se mostrando até os dias atuais como uma referência não apenas sócio-econômica, mas também como importante referência simbólico-afetiva e cultural para os nova-erenses. Durante as décadas de 80 e 90 a área abrigou a FEANE – Feira da Amizade de Nova Era. Em edições anuais a feira ocorria sempre no mês de julho e atraía um grande público da região, sempre trazendo atrações musicais de renome nacional, como Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Jorge Ben Jor e Skank.
Conforme fontes historiográficas a sua sede foi erguida na primeira metade do século XIX, através do desmembramento da Fazenda Figueiras, que por sua vez se originou da Fazenda do Rio do Prata - uma das primeiras da região, oriunda dos primeiros anos do século XVIII. A fazenda permaneceu durante um longo tempo sustentando as atividades agropecuárias, se destacando na produção de insumos e na introdução de novas culturas, como a do cacau. Também manteve uma considerável produção de açúcar, que era beneficiado em um engenho movido à água que ali existia.
A Fazenda da Vargem acabou por servir de importante entreposto comercial, dada a sua diversificada produção e ao caráter empreendedor de seus proprietários. A alguns metros da sede, integrada aos seus domínios, havia uma antiga estrada de terra que fazia a ligação entre caminhos de tropas, que por ali passavam trazendo e levando mercadorias diversas para as regiões vizinhas. Muitas vezes os cargueiros se encontravam naquele trecho, servindo a sede de ponto de referência aos tropeiros. Possivelmente parte de seu pavimento térreo, além de abrigar outras funções, também funcionava como pouso para estes trabalhadores.
Em razão da sua grande expressão na economia da região, a sede da fazenda se tornaria centro de confluência da política. Várias decisões acerca da vida político-administrativa do antigo arraial de São José da Lagoa (hoje município de Nova Era) eram ali discutidas e acertadas.
Em junho de 1977 o imóvel foi desapropriado pela gestão municipal, juntamente com a área circundante de 30.000 metros quadrados, que se tornava de utilidade pública, destinando-se “à preservação do patrimônio artístico cultural paisagístico do Município”. E em março de 2005 foi tombada pelo município.
(Foto: Isabela Grossi)

Coronel Fabriciano: 60 anos do Colégio Angélica (1)


O Colégio Angélica situa-se no município de Coronel Fabriciano e em 2010 irá comemorar 60 anos de fundação. A construção recebeu no primeiro semestre deste ano recuperação de toda sua fachada. Tombada em nível municipal desde 1998, suas fachadas passaram por limpeza, recuperação do reboco e dos elementos decorativos, além de nova pintura, que seguiu as cores originais da construção. O resultado deu novos ares ao colégio e acentuou sua rica ornamentação, que têm influência no estilo néo-colonial.
O Colégio Angélica foi fundado pelo Arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, em 1950. Sua responsabilidade pastoral na época se estendia até o território da atual região do Vale do Aço. A criação da instituição coincidiu com a fundação da Acesita – Aços Especiais Itabira e justificou-se pelo avanço técnico trazido por essa siderúrgica.
Paralelo ao progresso material da região, Dom Helvécio preocupou-se com os valores éticos e morais. Por isso entregou a escola à administração das Irmãs Carmelitas da Divina Providência, congregação religiosa feminina com larga experiência na área de educação no Brasil.
Em 1947, as irmãs chegaram a Coronel Fabriciano. Instalaram-se inicialmente na Casa de Campo da Cia. Siderúrgica Belgo Mineira e prestaram serviços no Hospital Siderúrgica, enquanto tratavam dos negócios referentes à implementação e construção da escola. Somente em 05 de setembro de 1950, foram concluídas as obras da primeira etapa do colégio, o prédio onde hoje funciona a Escola Estadual Arcebispo Dom Helvécio, mas o funcionamento só aconteceria a partir de 1952.

Coronel Fabriciano: 60 anos do Colégio Angélica (2)

O nome do educandário é uma homenagem à mãe do Dr. Joaquim Gomes, que na época da doação do terreno pela Cia. Belgo Mineira era o superintendente da empresa, e foi graças ao seu esforço que o processo de fundação foi agilizado. Estava assim criado o Colégio Angélica, que a partir de 1952, dava início aos cursos de Educação Infantil e Primário. O ensino público de primeira à quarta série já existia de forma regular em Coronel Fabriciano desde 1928, com a Escola Rural Mista, cuja primeira professora foi Dona Mariana Roque Pires. Mais tarde investindo na educação do município, as irmãs iniciaram uma extensão de séries. Implantaram pioneiramente no Vale do Aço em 1955, o curso ginasial e avançaram no processo de oficialização do Curso Normal (nome usado para designar o atual curso de Magistério) e em 1962, começaram a ministrá-lo. As primeiras freiras da instituição a se instalar em Coronel Fabriciano foram: Irmã Nazareth, Irmã Beatriz, Irmã Izaura, a postulante Palmeira, além da diretora Madre Ester de Cristo Rei.
Visando sanar as dificuldades de oportunidades das moças das cidades vizinhas, interessadas em concluir o curso ginasial e de magistério, a escola manteve até 1968, o regime de internato, desativado a partir da entrada em funcionamento das escolas públicas no interior do estado.
Paralelo às atividades do colégio, as freiras estenderam a sua atuação em outros setores da sociedade, ministrando a catequese às crianças nas próprias dependências da escola em apoio à Paróquia de São Sebastião. Além disso, criaram as Obras Sociais Santa Terezinha, visando à assistência social aos moradores do bairro Nossa Senhora do Carmo e outras localidades, onde desenvolveram cursos de trabalhos manuais, culinária, corte e costura etc. Deram ainda, em épocas especiais, assistência às famílias carentes com cestas básicas, roupas e medicamentos. Entre os anos sessenta a oitenta, mantiveram funcionando também nas dependências da própria escola, um posto médico que assistia especialmente às gestantes e crianças.
A Escola Estadual Arcebispo Dom Helvécio, fundada pelas Irmãs Carmelitas e que até hoje funciona no pavilhão antigo, núcleo inicial do colégio, oportunizou a congregação a um trabalho de assistência às crianças carentes. Com o apoio do Lions, Rotary e outras entidades, os alunos desta unidade foram assistidos com consultas médicas, óculos, aparelhos para surdez, aparelhos ortopédicos, cirurgias etc. Enfim, todo o trabalho das Irmãs Carmelitas ao longo dos últimos cinqüenta anos em Coronel Fabriciano se constituiu num valoroso trabalho social e comunitário.

(Pesquisa: Amir José de Melo – historiador, chefe do Depto. de Cultura da Prefeitura Municipal de Coronel Fabriciano. Foto: Ailton Avelino)

Batuqueiros do Vale em estudo


Segundo Alessandro de Sá, geógrafo e pesquisador da região do Vale do Aço, os Batuqueiros são sobreviventes numa área que é altamente urbanizada e com pouca expressão de aptidões rurais. O Batuque é marcado por heranças e vestígios afro-brasileiros. Estudos recentes indicam ser remanescentes das comunidades dos Achados dos Pretos localizadas nos conjuntos de Serras dos Cocais estendo pelos municípios de Belo Oriente, Santana do Paraíso, Ipatinga, Coronel Fabriciano e Antônio Dias.
Os integrantes do grupo dançante compostos por senhores, senhoras e até mesmo crianças, ou seja, os batuqueiros como gostam de ser identificados, realizam apresentações em instituições públicas e privadas, festas familiares e religiosas e participam todos os anos da festa comunitária do padroeiro local das comunidades rurais.
O Grupo Batuqueiros possui um estilo único e envolvente com características muito diferentes dos demais grupos dançantes que conhecemos (ex: Congado e Catira). No estilo batuqueiro de dançar é utilizado três músicos com viola, uma caixa e uma pequena sanfona e também formado de quatro a oito dançarinos entre homens e mulheres. Eles dançam por cima de um tablado, pisoteando, rodando e cantando canções antigas do tempo de seus familiares escravos, geralmente são canções do tempo da escravidão que sofriam nas senzalas no período da escravidão.
(Texto e foto cedidos por Alessandro de Sá)

Ipatinga cria Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural do município

O município de Ipatinga ganhou um importante instrumento na busca pela preservação de seu patrimônio cultural - o Fumpac – Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural de Ipatinga. O fundo irá contemplar projetos e ações de promoção, preservação, manutenção e conservação do patrimônio cultural do município através do apoio financeiro. Criado pelo artigo 5º da Lei 2.482, o fundo tem como alternativas de captação de recursos dotações orçamentárias, doações, multas aplicadas a infrações contra o patrimônio, convênios e aplicações financeiras.
Inicialmente, o principal recurso para o Fundo será o ICMS Cultural - recurso repassado aos municípios mineiros que realizam trabalhos de preservação do patrimônio cultural local. A data para abertura do edital - para concorrer a recursos do fundo - ainda está sendo definida.